CASTILHO – A Câmara de Vereadores recebeu dois requerimentos em desfavor do vereador castilhense Adilson Santos que poderá responder por falta de decoro parlamentar. Um dos requerimentos é assinado pela Diretoria e funcionários do hospital e maternidade “José Fortuna” e o outro é do próprio irmão do vereador, Evandro da Silva Santos.

Coincidentemente os dois documentos questionam as atitudes do vereador dentro de uma área de isolamento hospitalar ocorrida no dia 14 de abril e cobram uma atitude da Câmara. 

“Além da invasão indevida, o vereador Adilson tem atacado essa diretoria e administração através das redes sociais e da tribuna da Casa de Leis, chamando essa unidade de saúde de lixo que com certeza muitas vezes o atendeu, ou algum de seus familiares”, dizia a nota de protesto e repúdio do hospital. No início do texto é citado que o local foi invadido por "alguns" vereadores, mas apenas Adilson foi citado nominalmente. 

“Fato esse que não condiz com a conduta de um vereador, que muito entristece não só essa diretoria, como os nossos colaboradores”, complementa a nota.

No corpo do requerimento, a diretoria do hospital relatou ainda que a área invadida sem autorização era justamente a do COVID-19, o que causou estado de pânico e medo entre funcionários e pacientes hospitalizados naquela ocasião. Até mesmo a Polícia Militar havia sido acionada por terceiros para acalmar os ânimos.

“Requeremos que essa Casa de Leis tome as providências que forem necessárias quanto ao comportamento do vereador Adilson, que de forma inconveniente e violenta forçando e quebrando uma das portas deste hospital”, finalizou a diretoria.

Já no requerimento de Evandro Silva, irmão de Adilson, o autor cita que seu pedido é com base base em uma reportagem do jornal O FOCO que noticiou o episódio da referida invasão.

“Não é atitude de uma pessoa de sensibilidade e de autoridade, por isso esta Câmara, em respeito ao cidadão de bem, deverá requisitar imagens de segurança e cópia do inquérito policial para apurar os crimes praticados pelo vereador Adilson”, diz o texto.

Evandro pede ainda que a Câmara, após toda apuração, puna com os rigores da Lei por falta de decoro parlamentar e crime de dano ao patrimônio público. Os dois requerimentos foram lidos em plenário e a Mesa Diretora irá decidir nos próximos dias quais providencias tomar a respeito.

DEFESA- Ao fazer uso da Tribuna, na explicação pessoal, o vereador Adilson Santos disse que estão invertendo valores e negou que tivesse agredido algum funcionário dentro da área covid. Mas voltou a dizer que a administração hospitalar é pífia.

“Em momento algum eu esbravejei lá dentro, eu critiquei, eu comentei algo (...). De forma alguma. Eu simplesmente fui tentar ajudar a população, a sociedade que clamou a nossa presença lá”.   

Quanto a situação da porta, Adilson alegou que ele é quem foi quase esmagado e que o assessor de imprensa do hospital é quem estaria por detrás da porta. 

“Se fosse uma época diferenciada, eu juro, desculpa! Eu ia tomar outro partido com o cara. Mas ali a gente tem que ter a sobriedade e o equilíbrio emocional porque tem mais gente precisando”, desabafou.

Ao finalizar seu discurso, Adilson direcionou aos pares vereadores e pediu a eles que não esquecessem do princípio da ampla defesa do contraditório em relação aos requerimentos contra ele.