GUARAÇAÍ – Presidente do Guaraçaí Clube desde 2013, o vereador Manoel José Fernandes Neto, popular Neto, é o principal responsável pela situação atual do clube. Não bastasse as portas fechadas sem as devidas atividades para qual havia sido construído, existe uma ação trabalhista de 2021 que já supera a casa dos R$ 50 mil. A ação é movida por Alcina Ferreira e seu advogado Nilson Farias de Souza.
A condenação arbitrada pelo juiz do trabalho dr. Marco Antonio Macedo André, em outubro de 2022, dava prazo de 48h para o Guaraçaí Clube quitar a dívida. Mas até a presente data, a funcionária continua sem a devida indenização.
Como responsável legal pelo Clube, o vereador provavelmente não tomou as medidas necessárias para evitar este imbróglio. Tanto é que a condenação – segundo o juiz, se deu por revelia. Ou seja, os representantes do Guaraçaí Clube não apresentaram nenhum tipo de defesa.
“Denota-se que foi decretada a revelia e confissão da reclamada”, destacou o Juiz em sua Decisão Judicial.
OUTRO LADO – A REPORTAGEM entrou em contato com o presidente do Guaraçaí Clube e questionou o mesmo sobre a Ação Trabalhista. Neto confirmou ter conhecimento da causa e que se trata realmente de uma funcionária do clube. Alegou ainda que o caso já está nas mãos de um advogado para os devidos encaminhamentos e disse ser de seu interesse resolver o mais rápido possível. O vereador falou também que está em contato com um investidor para “retornar com chave de ouro” o Guaraçaí Clube e que o tal investidor tem proposta de fazer uma grande estrutura no local.
MAIS DÍVIDAS – Uma pessoa ligada ao Guaraçaí Clube que tem o vereador Neto como presidente disse à REPORTAGEM que desconfia da possibilidade de outras dívidas. Seria de prestadores de serviços que também não receberam e que pode ocasionar em mais ações judiciais. A REPORTAGEM vai continuar apurando essa suspeita para confirmar se há mesmo novas dívidas.
Localizado na esquina da praça central, o patrimônio que já foi motivo de orgulho para muitos moradores e sócios, hoje está se desvalorizando gradativamente.
CONSELHO DELIBERATIVO INATIVO –
No dia 09 de março deste ano, a reportagem esteve em Mirandópolis e solicitou todas certidões do Guaraçaí Clube que foram registradas no Cartório daquela cidade. Após detalhadas análises, observa-se que o vereador Manoel José Fernandes Neto tomou posse como presidente em junho de 2013 para o seu primeiro mandato com a chapa “Renovação”. Na ocasião foi eleito com apenas três votos.
De acordo com o ESTATUTO do Clube, apenas os membros do Conselho Deliberativo (esses eleitos pelos próprios sócios em mandato de três em três anos), tem direito a voto. Sendo assim, dos conselheiros aptos a votarem, apenas 06 deles compareceram. Três votaram na chapa “Renovação”, dois votaram na chapa concorrente denominada “Perseverança”, e um voto foi em branco.
Desde então, em todas as outras eleições: 2015, 2017, 2019 e 2021 o vereador concorreu sozinho. Coincidentemente, nesse mesmo período a presidente do Conselho Deliberativo tem sido a senhora Cássia Karina Vanderlei Fernandes, que atualmente é esposa do vereador Neto que cumpre o 5º mandato seguido a frente do Clube. Conforme a última ATA registrada no Cartório, o mandato da Diretoria vence no próximo dia 31 de maio.
Mas o grande “x” da questão é que o Conselho Deliberativo – responsável em eleger a diretoria está sem validade jurídica, pois o mandato do Conselho venceu em 30 de setembro do ano passado. Sem o Conselho Deliberativo constituído, a eleição da próxima diretoria ou até mesmo para uma possível reeleição do vereador fica comprometida.
No dia 17 de março deste ano, a REPORTAGEM esteve mais uma vez no cartório de Mirandópolis e confirmou que não foi registrado mais nenhum documento atestando qualquer registro de que houve nova eleição e/ou posse do Conselho Deliberativo pós vencimento do mandato em 30 de setembro de 2022. Ou seja, sem Conselho deliberativo, sem eleição direta para nova diretoria.
Observa-se que possivelmente tanto o atual presidente do clube, vereador Neto, quanto a sua esposa Cássia Fernandes – presidente do Conselho Deliberativo, não se atentaram para as datas. Porém, caso aparecer qualquer tipo de documento por agora e sem o registro do Cartório, o mesmo será considerado duvidoso.