CASTILHO - Com a participação do prefeito de Castilho, Paulo Duarte Boaventura, de pescadores da cidade, bem como de representantes do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo), o deputado José Américo provocou uma audiência pública junto ao Ministério Público Federal para debater o repovoamento de peixes no rio Paraná. Conforme denúncias e queixas de famílias ribeirinhas, as hidrelétricas não cumprem suas contrapartidas ambientais e isso tem afetado diretamente a vida de quem depende da pesca.
A audiência pública, por iniciativa do Ministério Público Federal do Estado de Mato Grosso Sul, ocorreu na última terça-feira,21, e discutiu a falta crônica de peixes na região localizada à jusante da represa de Jupiá, nos municípios de Castilho-SP e Três Lagoas - MS, bem como à montante da represa de Porto Primavera, em Rosana (SP).
O principal motivo é o não cumprimento pela CESP( grupo Votorantim) da obrigação de soltar peixes ( alevinos) nesta região, já que a reprodução natural tem sido dificultada pelos obstáculos das barragens às piracemas. A mesma coisa tem acontecido com a concessionária chinesa CTG em Ilha Solteira e também em Jupiá.
Segundo pescadores que participaram do encontro, coordenado pela promotora do MPF de Três Lagoas, dra Luísa Astarita Langoi, outros fatores também explicam a diminuição do pescado, entre os quais, a sujeira em forma de lodo e de plantas aquáticas e a redução do fluxo da água pelas hidreletricas, comprometendo a corrente do Rio Paraná.
Apenas nos municípios de Castilho (SP) e Três Lagoas (MS) há pelo menos 800 ranchos de pesca, responsáveis pela sobrevivência de mais de duas mil pessoas. Participaram também da audiência pública a promotora federal de Corumbá, dra Samara, o assessor jurídico da prefeitura de Castilho, dr. Jamil Kassab, o presidente do COMTUR – Sidnei Ferreira, além de representantes dos prefeitos de Três Lagoas (Kleber) e de Ilha Solteira (Luanda). Donos de pousadas e integrantes da colônia de pescadores de Três Lagoas também participaram e deram seus respectivos depoimentos sobre o caso.