MURUTINGA DO SUL – Um requerimento do vereador Vanderlei Ferreira trouxe a tona um descaso com o dinheiro público em Murutinga do Sul no período de 2017 a 2020. Devido aos atrasos no recolhimento obrigatório do INSS dos servidores públicos municipais, a prefeitura pagou em juros e multas mais de meio milhão de reais (R$ 561.025,93). O vereador havia questionado o quanto a cidade pagou com encargos de dívidas previdenciárias sobre a folha de pagamento dos servidores naquele período.
Com exceção de 2017 que o município pagou “apenas” R$ 27.447,77 de juros/multa pelo mesmo motivo, os demais anos os valores foram exorbitantes. Em 2018 foram quase R$ 200 mil (R$ 192.978,52). No ano seguinte: R$ 153.831,12. E no último ano da gestão (2020), um montante de R$ 186.768,52.
De acordo com a resposta do Executivo ao requerimento de Vanderlei Ferreira, o fato gerador desses encargos decorre invariavelmente do não pagamento na data do vencimento, ocasionando descontos diretos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), acrescido de multa por atraso e juros.
“Circunstâncias que oneraram os cofres do município e que, em tese, poderiam ser evitadas se os recolhimentos fossem realizados nas datas aprazadas”, consta na resposta ao requerimento do vereador.
Ao comparar os valores que Murutinga pagou em juros e multas nos 4 anos passado, o vereador calcula que seriam recursos suficientes para aquisição de uma pá carregadeira que a cidade não tem, ou para perfurar três poços que resolveria o problema de falta de água no município ou ainda recursos suficientes para adquirir de três a quatro ambulâncias, outra necessidade da população.
Ao site URUBUPUNGÁ NEWS, o atual prefeito - Cristiano Soares, afirmou que não cometerá os mesmos erros. Embora tenha assumido a Administração já com esses atrasos no recolhimento do INSS, acabou pagando multas referentes a novembro e dezembro 2020. Porém, diz que agora normalizou e os recolhimentos ocorrem dentro da data prevista sem ônus a Murutinga do Sul.
Questionado qual a “mágica” usada para colocar as contas em dias, ele foi taxativo: “Não há mágica nenhuma, apenas uma boa gestão e cuidado com o dinheiro público”, finalizou.